sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Goiânia, 87 anos. É hora de olharmos para a cidade que nos acolhe, e descobrir o que podemos fazer por ela, à princípio uma boa escolha nas urnas!

Dinalva Heloiza 

Hoje, 24 de outubro de 2020 -  dia em que a minha cidade, a cidade em que nasci, celebra 87 anos. Goiânia, que em tempos não muito distantes, foi reconhecida como uma das cidades com maior qualidade de vida em todo o Brasil, e só perdia para Curitiba.

Goiânia, era uma cidade aconchegante e acolhedora. Linda de viver!


Me lembro que em minha adolescência, quando cursava o Lyceu de Goiânia, por volta de 1975, um dos meus hobbies preferidos era caminhar pelas ruas do centro da cidade. Nessa época era possível perceber cheiros e cores, de diversos matizes e aromas, e as flores se espalhavam pelos canteiros da cidade.  

Era tanto verde que se via por toda a cidade, e aquele tom se misturava com as cores das flores, e estas bailavam sob o impulso dos ventos, em canteiros bem cuidados da cidade. Alegre e hospitaleira. Os Flamboyants se debruçavam pelos muros das casas, e quando chegava o tempo da floração dos Ipês, era um deslumbre constante.

O céu era de um azul límpido que doía aos olhos, e era comum me reunir com algumas amigas ao final da tarde, em uma praça que havia em frente nossas casas, onde muitas vezes deitávamos sobre a grama, para assistirmos sempre que possível, ao belo espetáculo do pôr do sol. Ali o horizonte ainda era acessível, era tangível aos sentidos.

E o melhor de tudo, é que naquele tempo de ruas limpas e passeios florados, havia uma cidade que aconchegava, uma cidade viva, uma cidade que emanava boas energias. Os passeios eram vias livres, não se via os rostos saturados e ansiosos da informalidade, não se percebia desespero nos olhos das pessoas. Havia sorrisos e palavras gentis.  

E hoje muitas, mal sabem, se amanhã vão colocar o pão na mesa.

O centro histórico Art Déco era intocável, impecável e lindo de se ver. A história andava junto com a modernidade da época, havia harmonia e pessoas felizes.  O clima era tão agradável que provocaria inveja, até mesmo às novas gerações que hoje caminham pelas ruas dessa mesma cidade.


A cidade que anteriormente despertava as melhores percepções aos sentidos, é a cidade que hoje às vésperas de seus 87 anos, se mostra abandonada e debilitada em sua natureza gentil e acolhedora.

Suas ruas centrais, por vezes, mais parece uma arena de guerra, onde as pessoas se digladiam, abarrotadas de ruídos. Elas já abrigam outras nações, outras línguas, onde cada vez mais, buscam seu espaço.  

Suas fachadas estão estampadas de produtos e marcas, em uma disputa sem fim. Rostos, algumas vezes desesperados, aglomeram se pelos passeios, e em gritos acenam seus produtos de origens duvidosas, numa ruidosa ânsia de vozes e movimentos, em prol do pão.  

Hoje a cidade, se apresenta impermeabilizada, cinzenta e com um odor de velhacaria no ar. Por onde já se esbarra com inúmeros moradores de rua, drogas, marginalidade e prostituição, em um ritmo galopante.

É hora de olharmos para a cidade que nos acolhe, e descobrir o que podemos fazer por ela. à princípio uma boa escolha nas urnas, já é um excelente passo, rumo a uma cidade melhor. #VoteCerto!








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