quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Entenda o que é Economia Criativa - Inovação, Diversidade e Impacto Social

Dinalva Heloiza* - Texto produzido com base em artigo publicado no portal da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing 


Em dias atuais, a transformação digital e o avanço da inteligência artificial estão remodelando mercados e profissões. Muitas tarefas, antes executadas por seres humanos, estão sendo substituídas por máquinas. Porém, há um campo em que as máquinas ainda não conseguem competir: aquele que exige criatividade, imaginação e uma análise subjetiva das situações. É nesse cenário que ganha destaque a Economia Criativa, um modelo de negócios que valoriza o capital humano e busca soluções inovadoras para desafios contemporâneos. 

Para entender melhor o conceito e a abrangência dessa economia, conversamos com Fabrício Saad, professor da ESPM e especialista no tema.

O que é Economia Criativa?

A Economia Criativa pode ser definida como o conjunto de atividades econômicas que utilizam a criatividade como principal motor para criar novos modelos de negócio, oferecer soluções inovadoras e gerar impacto positivo na sociedade. Este campo engloba desde a produção cultural até a inovação tecnológica, passando por modelos de consumo mais sustentáveis e responsáveis.

Fabrício Saad explica que a economia criativa atua com base em conceitos como a “economia circular”, que promove o reaproveitamento de recursos, a “sustentabilidade”, e o “upcycling” (transformação de resíduos em novos produtos). Ela também está alinhada com questões de inclusão social e responsabilidade coletiva, buscando não apenas lucro, mas benefícios para toda a sociedade.

 O Papel do Capital Humano

O elemento chave que transforma a criatividade em soluções de negócios inovadoras é o capital humano — o conhecimento, as habilidades e o potencial de um grupo de pessoas para gerar impacto. Diferente de modelos tradicionais de negócios, a economia criativa tem um propósito mais amplo: beneficiar a sociedade e promover o desenvolvimento sustentável.

Dados do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em 2022, mostram que, em 2020, a economia criativa no Brasil gerou cerca de R$ 217 bilhões, empregando 935,3 mil profissionais. O crescimento desse setor é notável e reflete o impacto crescente da criatividade nas diferentes áreas da economia.

Setores que Completam a Economia Criativa

Inicialmente, a economia criativa era vista como um nicho ligado a setores como entretenimento, arte, design, moda e mídias digitais. No entanto, a evolução desse conceito ampliou seus horizontes. Hoje, a economia criativa está presente em diversas cadeias produtivas, desde o setor público até indústrias tradicionais que buscam se reinventar com soluções inovadoras.

Saad destaca que, hoje, a economia criativa não se limita apenas às indústrias culturais. Governos, cidades e até comunidades também se beneficiam desses conceitos, aplicando-os em projetos como redes e cidades criativas, que visam transformar espaços urbanos e estimular a inovação local. As esferas governamentais, embora não produzam diretamente, implementam e gerenciam esses modelos criativos, ampliando os benefícios para toda a sociedade.

Design e Sustentabilidade na Economia Criativa

Um dos pilares mais visíveis da economia criativa é o design, que vai além de sua atuação tradicional em áreas como cinema, decoração e moda. O design também se reinventa, oferecendo experiências novas e mais conectadas com as necessidades contemporâneas de sustentabilidade e consumo consciente. 

A prática do upcycling — transformar resíduos em novos produtos — é um exemplo claro dessa renovação. Na indústria da moda, por exemplo, o uso de materiais reciclados ou resíduos para criar novas coleções é uma forma de agregar valor ao que antes seria descartado, ao mesmo tempo que promove uma economia mais responsável.

Em áreas como reciclagem e gestão pública, vemos iniciativas que também aplicam os conceitos da economia criativa. Em 2015, a Prefeitura de São Paulo implementou uma solução inovadora ao instalar chips em bueiros para monitorar o risco de alagamentos causados pelo acúmulo de lixo — uma estratégia que une tecnologia, sustentabilidade e gestão pública de forma criativa e eficaz.

Quem São os Profissionais da Economia Criativa?

Trabalhar na economia criativa não se resume a escolher uma profissão diretamente relacionada a arte, design ou tecnologia. Na verdade, trata-se de adotar um mindset de inovação, com um propósito social claro. O que caracteriza um profissional da economia criativa é sua capacidade de pensar além do lucro imediato, com foco em mudanças duradouras e sustentáveis para a sociedade.

As novas gerações, mais conscientes sobre questões como sustentabilidade, ética e impacto social, estão cada vez mais integradas a essa visão criativa. Sua familiaridade com o ambiente digital, além de sua preocupação com causas sociais e ambientais, faz com que sejam peças chave na transformação da sociedade. Elas buscam, através de suas escolhas profissionais, transformar o mundo de forma positiva, aplicando a criatividade para resolver problemas globais.

A economia criativa é um campo dinâmico, em constante evolução, que vai muito além das indústrias tradicionais da cultura e do entretenimento. Ela se expandiu para setores como a moda, o design, a reciclagem, a gestão pública e as cidades inteligentes. Além disso, ela tem se mostrado uma solução viável para os desafios contemporâneos, com ênfase em sustentabilidade, inclusão social e inovação. A economia criativa está ajudando a moldar um futuro mais próspero, tendo a criatividade como chave para um mundo mais sustentável, justo e equilibrado.

E para concluir é importante entender que a economia criativa não é apenas uma tendência ou um setor específico, mas uma verdadeira transformação no modo como pensamos a produção, o consumo e a interação com o mundo.

E então venha se juntar a gente, e transformar o trabalho em ambientes e espaços de interação e criatividade!

* Artigo concebido com base em dados e artigos da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing

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