segunda-feira, 25 de junho de 2018

O setor do turismo de negócios e turismo histórico, vertentes do turismo que predomina na região centro-norte de Goiânia, carece de uma imediata intervenção das políticas públicas, em saneamento, mobilidade, urbanização e desenvolvimento sustentável. A região central e do polo de moda da 44, cartões de visita da cidade refletem a ausência dos compromissos públicos com esses setores.

Dinalva Heloiza
                                     Acervo Art Decó - Goiânia - região centro-norte
Considerando o turismo como um cenário cultural e fator econômico que
exerce o fortalecimento das economias locais e cultural das sociedades, vários
aspectos indicam o preparo para exercê-lo, no que tange as suas comunidades e mais
ainda as competências públicas inerentes a sua gestão, nos aspectos da
infraestrutura, políticas de fomento as demandas e aos meios de gerir os fortes
impactos que por vezes são provocados pelo setor em suas distintas localizações.

O turismo é sem dúvida, um dos grandes destaques nas economias locais, e
continuamente viabilizam seu crescimento e o reconhecimento dos respectivos
setores produtivos, promovendo de forma significativa a geração de riquezas, a
ampliação de empregos e uma maior renda as comunidades.  

O potencial caracterizado por este seguimento, permite de forma generalizada,
o fortalecimento das economias locais. Mas, seu poder é ainda mais relevante,
quando aplicado junto às cidades que se encontram localizado em planos
geográficos centralizados, longe dos privilégios turísticos das cidades costeiras, o
que amplia ainda mais a responsabilidade das sociedades que vivem nesses cenários,
com a escolha do perfil daqueles ou daquelas que vão assumir dentro de algum tempo,
 a administração pública regional e local.

Faz-se imperativo que esses novos gestores, detenham uma visão do
desenvolvimento sustentável e seus pilares, em atendimento as inúmeras demandas
que se acumulam nesses centros urbanos.

Goiânia, capital do Estado de Goiás, é conhecida por sua vocação em turismo de
eventos, negócios e turismo histórico, por ser o principal polo indutivo do turismo
da região dos negócios no Estado. Neste aspecto a capital, já foi considerada uma
das cidades mais modernas e atuantes do país.

Goiânia foi planejada obedecendo a um traçado moderno em estilo Art Déco, que
inspirou os primeiros prédios da capital, cujo acervo arquitetônico, composto
por 22 prédios, é considerado um dos mais significativos do país, construído nas
décadas de 1940 e 1950, um acervo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional - IPHAN, em 2003, e na capital goiana, é visível o abandono
desse acervo histórico, a falta de políticas de preservação que atenda ao turismo
histórico de nossa cidade.

                                                            Polo de Moda - Feira Hippie e 44
                                                           Polo de Moda Região da 44
                                           
                                                Estação Ferroviária em Art Decó - Feira Hippie e 44

Na parte norte da cidade situam-se o setor industrial da moda goiana e a
estação ferroviária, dois aspectos do turismo que se integram nesse cenário, o turismo
 de negócios e histórico. Um forte polo de moda, e uma das mais raras construções em
Art Decó da cidade, o prédio da estação ferroviária, parte do patrimônio histórico
da cidade.

O turista que hoje visita esse cenário, na capital goiana, com toda certeza vai
entender profundamente o significado da palavra turismo sustentável, ou
desenvolvimento sustentável.

O cenário sugere uma intervenção imediata, aliada a estudos de impactos ambientais
e reformulação da mobilidade na região, além do imperativo que urge nos aspectos
do saneamento, limpeza e manutenção urbana, fiscalização e implantação de
infraestrutura em saneamento, urbanização  e descartes de resíduos sólidos e
recicláveis.

Em todo o espaço não existe uma simples lixeira de descarte reciclável ou sólido, o
que chega a provocar mal estar em qualquer pessoa que possua um mínimo de bom
senso, relacionado à limpeza urbana, o cenário é caótico e constrangedor para nós
que somos filhas e filhos de Goiânia.

É sabido que a limpeza pública é de responsabilidade do ente público; no entanto
a execução dos serviços pode ser feita por meio de um agente público ou privado.

Apesar da gestão desse serviço estar a cargo do município, o engajamento do setor
privado e da sociedade é fundamental na busca por reduzir, reutilizar, reciclar e zelar
pela destinação adequada dos resíduos sólidos, principalmente em cenários onde
prevalece a oferta do turismo em suas várias vertentes, é um cartão de visita das cidades
e uma indicação a céu aberto do nível de responsabilidade de toda a sociedade com a
saúde humana, e com o bem-estar comum dessa comunidade e de todo o setor do
turismo que predomina nesse cenário.

Recentemente aconteceu na Polônia a XII Reunião Anual da Rede Cidades Criativas
da UNESCO, com o tema “encruzilhadas criativas”, onde a UNESCO, desenvolveu o
fio condutor do evento desse ano, promovendo os valores do espírito colaborativo da
rede de cidades e o compromisso de todos os envolvidos em impulsionar a ação
local e internacional das cidades criativas da rede, o cerne de suas ações e pensamentos.

Cidades de todo o mundo podem solicitar participação em uma das sete áreas
temáticas: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura,
artes midiáticas e música. Com a entrada de 64 novas municipalidades nesta semana,
a Rede soma atualmente 180 Cidades Criativas em 72 países.
                                          
A cidade de Goiânia, capital de Goiás, tem tudo para estar inserida nesse contexto, tanto no
cenário do design, com seu acervo Art Decô, quanto com a música, em razão do grande
elenco de artistas que a cidade detém, e ainda através da vasta produção cultural em cinema,
mas, infelizmente ainda falta visão e compromisso político, além de se disponibilizar a ampliar
parcerias, entre o município e o estado, com o setor privado e a participação da sociedade
civil e comunidade que reside e atua nestes cenários. O tempo urge!!!

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