Dinalva Heloiza
A importância do turismo de
negócios na economia das cidades está diretamente ligada às características da
economia local e políticas localizadas, e estratégicas aplicadas ao desenvolvimento de suas
potencialidades, este seguimento do turismo, está consolidado como um dos
segmentos mais importantes e com maior vitalidade à economia turística do País.
O Turismo de Negócios ocupa hoje, uma primeira posição dentre as modalidades do setor, onde o contínuo aumento de seu faturamento, conforme dados da última pesquisa PACET - Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV - Fundação Getúlio Vargas, em 2012 -, quando o segmento efetivou um crescimento de 23,3%, em relação ao ano anterior.
O Turismo de Negócios ocupa hoje, uma primeira posição dentre as modalidades do setor, onde o contínuo aumento de seu faturamento, conforme dados da última pesquisa PACET - Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV - Fundação Getúlio Vargas, em 2012 -, quando o segmento efetivou um crescimento de 23,3%, em relação ao ano anterior.
Neste cenário a cidade de Goiânia se
sobressai, é uma das principais metrópoles em Turismo de Negócios
na região Centro-Oeste do país; conforme dados do SEBRAE Goiás (2002), ocupando
com destaque a 10ª posição nacional no ranking da ICCA – (2007) - EMBRATUR,
(2008), o que foi viabilizado principalmente pelos fatores; posição geográfica
estratégica, infraestrutura básica e forte tendência turística em negócios,
organização das entidades de classe ligadas ao setor, e ao crescente fluxo de
comercialização existente junto aos dinâmicos conglomerados e polos de moda,
da jovem capital. Estes espaços, estão localizados principalmente nos setores, Fama, conglomerado da Feira Hippie e Rua 44, Campinas e Avenida 85, regiões
que se destacam em números, diversidade de confecções e pronta-entregas, com
produtos de qualidade e marcas de renome no universo Fashion da capital.
A cidade recebe em média semanal,
em torno de 1.000 ônibus, trazendo turistas de todas as partes do Brasil, e
também da América do Sul. Eles buscam na capital, produtos fabricados pelos
polos regionais, locais e APLs. A moda goiana além de suas potencialidades
proporciona também uma grande diversificação de produtos, o que permitiu ao
setor, conquistar uma substancial fatia do mercado nacional, onde vem
consolidando sua forte tendência exportadora, em cenário internacional.
Com uma produção que beira, 10 milhões de peças (mês), o setor se divide entre
os segmentos de modinha, moda feminina, moda fitness, moda masculina, moda
praia, lingerie, moda infantil, jeanswear, calçados masculinos e femininos.
A indústria se divide em polos confeccionistas,
onde os grandes centros, estão localizados na capital Goiânia, e em cidades
próximas à capital; assim como, Trindade, Jaraguá, Anápolis, Jataí, Rio Verde e Catalão,
com destaque aos arranjos produtivos locais (APLs), concentrados em Goiânia e
Jaraguá.
A atividade em Goiás, teve início
na década de 70, quando foi largamente instigada pela demanda existente em
compras de artigos de vestuário, oriundos de outros centros da moda do país.
Foi a partir da instalação de pequenas empresas familiares, que o setor
alcançou um maior crescimento, proporcionado principalmente pela posição
estratégica e forte tendência criativa. Em 1997, as confecções goianas sofreram
com a crise econômica que abalou o cenário brasileiro, provocando ao setor, uma
inesperada hiperinflação e aumento nos custos de produção.
Em 1999, quando as políticas
públicas implantadas, proporcionaram maior crescimento a estes empreendedores,
foi possível uma reorganização e consequente fortalecimento, o que
dinamizou a participação das cidades do interior goiano, quando estas viram a
possibilidade de se tornaram polos confeccionistas do estado, dinamizando as economias locais.
O setor desde então, tem
crescente participação junto as Feiras da Moda que acontecem em todo o país, em
especial a SPFW – São Paulo Fashion Week, que acontece duas vezes ao ano, e a
FENIT – Feira Nacional da Indústria Têxtil, realizada anualmente, ambas em São
Paulo. Em 2001, quando o regime de substituição tributária ao setor, entrou em
vigor, houve um substancial crescimento da atividade, com o procedimento de
recolhimento do ICMS, simplificado, e a carga tributária aplicada na entrada da
matéria-prima no estado, o que possibilitou aos empreendedores da indústria de
confecções em Goiás, se fortalecerem de forma mais expressiva, tanto em
qualidade, quanto em design de produtos.
O estado conta hoje em média, com
4,6 mil confecções formais e outras 4 mil informais. O setor, emprega
aproximadamente 100 mil pessoas, direta e indiretamente. A principal matéria
prima, o algodão, em grande parte produzido no estado, ainda é
beneficiado em outros centos a exemplo de São Paulo, o que perde valor agregado ao produto final, retornando acrescido de custos, e onerando os
valores em produção final, quando comercializado em forma de tecidos à
indústria do vestuário regional. Apenas 10% dessa produção, são comercializadas
em lojas goianas; grande parte é exportada para outros estados, principalmente
para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Além do expressivo mercado
nacional, as confecções goianas exportam seus produtos para países como Estados
Unidos, Itália, França, Espanha, Rússia, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e
Kuwait, dentre outros. Entretanto, essas
exportações ainda são instáveis, para que haja maior expressão do setor em
cenário internacional, é necessário muito mais investimentos; a exemplo da melhoria do
controle de qualidade dos produtos, maior atenção com os prazos de entrega,
ampliação das bases industriais de beneficiamento da matéria prima local, possibilitando maior valor agregado e redução do preço final, e sem dúvida, é fundamental apoio das políticas públicas de abertura do mercado internacional e
oportunidades contínuas à qualificação destes empreendedores.
Atualmente, o setor da moda goiana
reflete algumas dificuldades mediante a atual crise o que vem afetando seu
crescimento em alguns cenários. Os principais fatores que acentuam essa crise,
estão relacionados à invasão dos produtos chineses e de outros países do leste
asiático em solo goiano, e mais, a extinção de várias Feiras da Moda que
alimentavam a promoção do setor, estimulando a economia local. Ambos os
fatores, estão relacionados às políticas públicas que demandam o crescimento do
setor em cenário regional e nacional.
Dessa maneira, é possível às indústrias
confeccionistas, oferecerem produtos com maior qualidade e ampliarem sua
participação junto ao mercado nacional, assim como em cenário internacional,
consolidando sua efetiva contribuição ao crescimento e ao desenvolvimento da
economia local, regional e nacional.
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