Dinalva Heloiza
(Um manifesto pela alegria como propósito e coragem
diante da vida)
Há uma sabedoria quase ancestral escondida nas palavras simples e certeiras da música dos Titãs: “É preciso saber viver”. Embora soe como um grito ou um conselho leve, quase um sussurro ao vento, essas palavras carregam o peso da existência humana em sua forma mais honesta. Em tempos de incertezas, angústias e desilusões — com o outro e com o mundo — viver se torna um ato de coragem. E mais do que sobreviver, o que precisamos é aprender a viver com sentido, com alma, com propósito.
Viver é, acima de tudo, um exercício constante de
reinvenção.
É sobre descobrir, mesmo em meio ao caos, um fio de alegria que nos conduz para
dentro — onde mora a essência que nos sustenta.
Porque a alegria não é ausência de dor, mas sim uma
escolha diária de não permitir que ela nos defina.
É um olhar que insiste em ver beleza, mesmo nos dias cinzentos.
É sorrir com os olhos cansados, é agradecer mesmo quando o peito aperta.
É acreditar que o amor, a gentileza, a empatia e a gratidão não são apenas
valores, mas bússolas — para nos guiar em mares revoltos.
A alegria é uma forma de resistência
Em um mundo onde a indiferença cresce como erva daninha, ser
alegre, sensível e compassivo é um ato revolucionário. É dizer: “Eu não me
rendo ao cinismo. Eu escolho ver flores nas rachaduras”. Alegria não é
frivolidade — é resistência emocional.
Ela nos reconecta com o que somos de mais bonito: humanos.
Mas para isso, é preciso coragem.
Coragem para encarar os próprios fantasmas, para levantar da
cama nos dias em que tudo parece desabar, para continuar oferecendo o melhor de
si, mesmo quando o mundo responde com dureza.
Coragem para olhar para dentro e encontrar, ali, um coração que pulsa — apesar
de tudo.
Porque a vida pede presença, mas também pede delicadeza. Pede entrega, mas
também perdão.
E pede, principalmente, que sejamos fiéis àquilo que nos faz bem.
Gratidão, empatia e propósito: o tempero da vida bem
vivida
Saber viver é não perder a capacidade de se comover.
É cultivar a gratidão como forma de reconhecer que, mesmo diante das
dificuldades, há sempre algo de valor em nossa jornada.
É praticar a empatia como forma de enxergar o outro, sem julgamentos, e assim
construir pontes em vez de muros.
É viver com propósito — mesmo que pequeno, mesmo que silencioso — mas que nos
faça sentir que estamos contribuindo com algo maior do que nós mesmos.
E se tem uma coisa que precisamos entender de uma vez por
todas, é que a vida não se trata de acumular vitórias ou escapar das dores, mas
sim de saber sentir, saber transformar, saber amar, saber
cair e levantar com poesia, ainda que aos tropeços.
A vida pede mais doçura, mais verdade, mais presença
“Quem espera que a vida seja feita de ilusão / Pode até
ficar maluco ou morrer na solidão”, cantam os Titãs.
E quanta verdade há nisso. A ilusão nos distancia daquilo que é essencial: a
simplicidade de um gesto, a força de um abraço, o valor de uma amizade
verdadeira.
Por isso, saber viver é não se perder nas distrações, nas pressas, nas
comparações.
É silenciar quando for preciso. É dançar quando o coração permitir. É chorar,
se for o caso, e depois sorrir com ainda mais inteireza.
Porque viver com alma é viver com sentido.
E viver com sentido é aceitar que o amor — por si, pelo outro e pelo que se faz
— é a única coisa que realmente importa.
Talvez a maior lição contida em “É preciso saber viver” seja
essa:
que viver é para os corajosos de alma leve.
Que a alegria — mesmo quando tímida — é uma luz a ser alimentada com esperança.
E que, apesar de tudo, a vida ainda vale a pena, quando a gente escolhe
vivê-la com inteireza, verdade e coração.
É preciso saber viver.
Mas sobretudo: é preciso querer viver.
E querer viver é, antes de tudo, um ato de amor. Vivamos com Sabedoria, Sempre!💛
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