Dinalva Heloiza
O Brasil é um dos principais players em cenário global do agronegócio, especialmente no que se refere à produção de commodities tais como as principais delas: Soja, Minério de Ferro, Petróleo Bruto, Açúcar e Carne Bovina. No entanto, a predominância do modelo da agricultura e pecuária industrial, especialmente nas regiões do cerrado e sul do país, está gerando consequências desastrosas para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e para a própria sustentabilidade das comunidades rurais.
O desmatamento desenfreado, impulsionado pela expansão das áreas agrícolas e pecuárias, estão degradando os biomas brasileiros de maneira alarmante. Além disso, o uso intensivo de agrotóxicos, muitos dos quais proibidos em outros países devido aos seus impactos ambientais e à saúde humana, é uma prática recorrente no Brasil. É preocupante que alguns desses agrotóxicos sejam aprovados pelo Congresso Nacional, sem uma análise criteriosa de seus efeitos a longo prazo.
É hora de repensar esse modelo. A agricultura familiar, que é responsável por grande parte da produção de alimentos consumidos no país, foi em muito negligenciada em governos passados, em detrimento da agricultura industrial voltada para a exportação e para a produção especialmente de ração animal. No entanto, a agricultura familiar não apenas preserva a biodiversidade e os recursos naturais, como também promove a inclusão social e contribui para a segurança alimentar das comunidades locais.
Investir na agricultura familiar significa investir na sustentabilidade socioambiental do país. É preciso fortalecer políticas públicas que incentivem a produção orgânica, a diversificação de culturas, a agroecologia e a adoção de práticas sustentáveis de manejo do solo e dos recursos hídricos. Além disso, é fundamental garantir o acesso dos pequenos produtores a crédito, assistência técnica, infraestrutura e mercados, para que possam competir de forma justa e sustentável no mercado.
A transição para um modelo agrícola mais sustentável não é apenas uma opção, mas uma necessidade urgente. É preciso construir uma consciência coletiva sobre os impactos negativos da agricultura industrial e mobilizar a sociedade em prol de uma mudança de paradigma. Somente assim poderemos garantir um futuro mais justo, equitativo e sustentável para as gerações presentes e futuras.
Aspectos importantes que é necessário observar neste cenário
Os Impactos Sociais da Agricultura Industrial - Além dos impactos ambientais, é importante destacar os impactos sociais da agricultura industrial, como a concentração de terra, a migração rural-urbana, a precarização do trabalho no campo e a perda de autonomia dos pequenos agricultores. Essas questões têm um impacto significativo nas comunidades rurais e na qualidade de vida das pessoas que dependem da agricultura para subsistência.
A Segurança Alimentar e Soberania Nacional - A agricultura familiar desempenha um papel fundamental na garantia da segurança alimentar e na soberania nacional, ao produzir alimentos saudáveis e diversificados para o consumo interno. Destacar a importância de valorizar e fortalecer essa forma de produção é essencial para garantir o acesso da população a uma alimentação adequada e nutritiva.
Os Desafios e Oportunidades da Agroecologia - A agroecologia surge como uma alternativa viável e sustentável ao modelo convencional de agricultura. Explorar os princípios da agroecologia, como o respeito à biodiversidade, a valorização do conhecimento tradicional e a promoção da resiliência dos ecossistemas, pode oferecer insights valiosos sobre como transformar o sistema agrícola atual em um sistema mais sustentável e resiliente.
Políticas Públicas e Participação Social - Discutir a importância de políticas públicas que promovam a transição para uma agricultura mais sustentável, bem como a necessidade de envolver os diversos atores da sociedade civil, incluindo agricultores, acadêmicos, organizações não governamentais e consumidores, na elaboração e implementação dessas políticas.
Experiências e Iniciativas Inspiradoras - Um dos grandes exemplos de iniciativas bem-sucedidas de agricultura familiar e agroecologia, é realizado pelo MST, que por incrível que pareça, sofre de um extremo preconceito, por razões territoriais, mas que estão promovendo a sustentabilidade, a inclusão social e o desenvolvimento rural em diferentes regiões do país. Essas experiências podem servir de inspiração e referência para ações futuras. Outra atividade que chama a atenção, é o Grupo Gaia, do grande visionário e empresário João Pacífico, que abriu mão do dinheiro fácil e hoje promove financiamentos incríveis para modelos progressistas e sustentáveis dos pequenos negócios no Brasil.
Ao entender essas questões, juntos podemos contribuir para ampliar o debate sobre o modelo agrícola brasileiro e para promover a conscientização sobre a importância de priorizar práticas agrícolas mais sustentáveis e socialmente justas. Bora juntos?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem Vindo ao Blog Gyn Go Cities