Dinalva Heloiza
Em um mundo cada vez mais conectado, onde a internet se tornou uma extensão das nossas vidas, proteger nossas crianças e adolescentes das ameaças do abuso sexual e da pedofilia online é uma prioridade que os legisladores nas três esferas do poder, tem em obrigação - estabelecer prioridade e com urgência.
A ausência de uma regulamentação abrangente e fiscalização eficaz tem permitido que criminosos usem o universo digital com o intuito ampliar e promover esses crimes hediondos. É crucial que legisladores municipais, estaduais e federais compreendam a gravidade da situação e adotem medidas concretas ao enfrentamento desse problema de maneira efetiva.
O combate à pedofilia online
exige uma abordagem multifacetada que combine legislação rigorosa, avanços
tecnológicos, cooperação internacional, educação e suporte às vítimas.
Implementar essas estratégias de forma integrada pode criar um ambiente mais
seguro e reduzir significativamente a incidência desse crime abominável. A ação
conjunta e coordenada entre governos, empresas de tecnologia e sociedade civil
é fundamental para proteger nossas crianças e adolescentes.
Principais Aspectos a serem abordados em uma estratégia mais eficaz
1. A Gravidade do Problema
- O Crescimento e Ampliação dos Delitos e Crimes tipificados como Abuso no
universo Online: A cada ano, o número de casos de abuso sexual infantil online
cresce exponencialmente. As crianças são expostas a conteúdos prejudiciais e
podem se tornar vítimas de predadores sexuais, muitas vezes sem que os pais ou
responsáveis percebam.
- Impacto Profundo nas Vítimas: O abuso sexual infantil deixa cicatrizes
profundas e duradouras nas vítimas, afetando seu desenvolvimento emocional,
psicológico e social. Além do trauma imediato, muitas vítimas enfrentam
dificuldades ao longo de toda a vida, incluindo depressão, ansiedade e
problemas de relacionamento.
2. Necessidade de Coordenação Internacional
- Acordos Multilaterais: A pedofilia online é um problema global que não
respeita fronteiras. É essencial fortalecer a cooperação entre países para
compartilhar informações, técnicas de investigação e oferecer assistência jurídica
mútua. Isso pode ser feito por meio de acordos multilaterais e tratados
internacionais.
- Normas Globais: Estabelecer padrões internacionais para a remoção e
bloqueio de conteúdos de abuso sexual infantil ajudará a criar um ambiente mais
seguro e coerente, dificultando a ação dos criminosos.
3.Responsabilização das Plataformas Digitais
- Remoção Rápida de Conteúdos: As plataformas online devem ser obrigadas
a remover rapidamente qualquer conteúdo identificado como pornografia infantil.
A demora na remoção desses conteúdos permite que eles se espalhem ainda mais,
causando mais danos.
- Notificação Obrigatória: As empresas de tecnologia devem ser
legalmente obrigadas a notificar imediatamente as autoridades sobre qualquer
atividade suspeita relacionada ao abuso sexual infantil. Essa medida garantiria
uma resposta mais rápida e eficaz das forças de segurança.
4. Proteção e Assistência às Vítimas
- Programas de Suporte: Implementar programas de apoio psicológico e
assistência jurídica para as vítimas de abuso sexual é fundamental. As vítimas
precisam de ajuda especializada para superar o trauma e reconstruir suas vidas.
- Educação e Prevenção: Promover campanhas de conscientização sobre os
perigos do abuso sexual infantil e como prevenir esses crimes é crucial.
Programas educativos nas escolas podem ensinar crianças e adolescentes a se
protegerem e a reconhecerem comportamentos suspeitos.
5. Uso da Tecnologia e Inovação
- Ferramentas de Monitoramento: Desenvolver e implementar tecnologias
avançadas para detectar e remover conteúdos de abuso sexual infantil é
essencial. Ferramentas de monitoramento automatizado podem identificar e
bloquear esses conteúdos antes que se espalhem.
- Inteligência Artificial: A utilização de inteligência artificial para
identificar padrões de comportamento suspeitos pode ajudar a prevenir crimes
antes que ocorram. A IA pode analisar grandes volumes de dados e detectar
atividades que passam despercebidas aos olhos humanos.
6. Reforço da Legislação e Aplicação da Lei
- Infiltração de Agentes: Expandir leis que permitam a infiltração de
agentes de polícia em redes de pedofilia online é uma estratégia eficaz para
desmantelar essas redes criminosas. Os agentes precisam de treinamento
especializado e recursos adequados para conduzir essas operações de forma
segura e eficaz.
- Sanções Mais Severas: Implementar penas mais severas para crimes de
exploração sexual infantil pode atuar como um forte dissuasor. Além disso,
autorizar o confisco de bens dos condenados pode financiar programas de apoio
às vítimas.
Para proteger nossas crianças e
adolescentes dos crimes de pedofilia e exploração sexual online, é necessário
um esforço coordenado que envolva todos os níveis de governo, e os legisladores
têm um papel crucial a desempenhar na criação e implementação de uma legislação
eficaz. Ao adotar medidas rigorosas, fortalecer a cooperação internacional,
responsabilizar as plataformas digitais, apoiar as vítimas e utilizar a
tecnologia de forma inovadora, podemos criar um ambiente mais seguro para
nossas crianças e adolescentes.
A proteção das crianças deve ser
uma prioridade inquestionável. É hora de agir com determinação e coragem para
enfrentar e erradicar esse crime hediondo de nossas sociedades.
No Brasil e outros países do mundo,
ainda há muito o que fazer em termos de legislação, fiscalização e punição. Conheça
abaixo algumas das principais leis em vigor no Brasil e no mundo.
Legislações Nacionais e
Internacionais em vigor
Brasil
- Lei 11.829/2008: Inclui crimes relacionados à produção e distribuição
de pornografia infantil.
A nova lei, visando ao
aprimoramento do combate à pornografia infantil, incluiu os artigos 241-A a
241-E, criando outras figuras típicas, tais como a conduta de pedofilia na
internet.
- Lei 12.735/2012: Tipifica crimes cometidos na internet, incluindo
pornografia infantil.
A lei 12.735, tipifica condutas
realizadas mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares, que sejam
praticadas contra sistemas informatizados. A norma também dispõe que os órgãos
da polícia judiciária estruturarão, nos termos de regulamento, setores e
equipes especializadas no combate à ação delituosa em rede de computadores,
dispositivo de comunicação ou sistema informatizado.
-Lei 13.441/2017: Permite a infiltração de agentes na internet para
investigar pedofilia.
Diante dos avanços tecnológicos
em grande escala, além da evolução contínua do universo cibernético, criminosos
encontram no ambiente online um novo método de cometer crimes. Em
contrapartida, o Brasil, conta com alguns institutos legais que reprimem a
prática desses crimes, como por exemplo, a técnica especial de infiltração de
agentes virtuais. Essa técnica acaba sendo muito complexa e extrema, vez que
pode colocar em risco o agente, sendo assim, essa é uma medida utilizada em
última instância.
Estados Unidos
- PROTECT Act (2003): Proíbe a exploração sexual de crianças e
permite a atuação de agentes infiltrados.
- International Megan's Law (2016): Requer que condenados por crimes
sexuais contra menores notifiquem as autoridades ao viajar.
União Europeia
- Diretiva 2011/93/UE: Define padrões mínimos para crimes de abuso
sexual infantil e medidas para a remoção de conteúdos online.
- Regulamento 2088/2019/UE: Exige remoção rápida de conteúdos de
abuso sexual infantil e notificação às autoridades.
Reino Unido
- Sexual Offences Act (2003): Abrange crimes sexuais contra crianças,
incluindo pornografia infantil.
- Online Harms White Paper (2019): Propostas para regulamentar
plataformas online e proteger usuários contra conteúdos prejudiciais.
Em caso de estar ciente de algum abuso sexual contra crianças e/ou adolescentes de imediato denuncie, sua identidade será preservada. Denunciar violação de direitos humanos contra Crianças (Disque 100)
Denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres (Ligue 180)
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