quinta-feira, 9 de julho de 2015

Há um mundo de oportunidades na economia criativa (mesmo com a crise)

Cultura empreendedora avança no Brasil e estimula negócios em áreas como digital, design, moda, eventos, gastronomia, mobilidade, arquitetura, educação online, cultura e noite.


O Brasil tem vivido nos últimos anos um fenômeno que merece ser observado de perto. Está se desenvolvendo com força no País uma cultura empreendedora, o que já é visível a olho nu e constatado por estudos e pesquisas.

Nesse contexto, os negócios relacionados ao mercado da criatividade ocupam lugar de destaque. Eles têm se multiplicado e atraído cada vez mais os brasileiros, com destaque para os jovens, assim como investidores dispostos a apoiar os projetos. Estamos falando de microempresas em áreas como digital, design, moda, eventos, mobilidade, arquitetura gastronomia, audiovisual, educação online, cultura e noite.

Criatividade e empreendedorismo

Os dados atestam o crescimento do empreendedorismo e da economia criativa.
Foi divulgada há alguns dias a nova edição do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada mundialmente pela London Business School e pela Babson College – no Brasil, os responsáveis são o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade ( IBQP).

Conforme reportagem do Estado de S.Paulo, a pesquisa mostra que o Brasil é o líder mundial em ranking de empreendedorismo, com a maior taxa de empreendedores entre a população adulta de um país.

Porta de entrada

Se analisarmos especificamente os números relacionados à economia criativa, veremos que essa área é uma das principais portas para quem deseja empreender.

Uma pesquisa recente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o número de postos de trabalho nesse setor cresceu 90% nos últimos dez anos, bem superior ao avanço do mercado em geral (56%). Os negócios ligados à criatividade faturam R$ 126 bilhões e empregam 900 mil pessoas no Brasil, segundo a Firjan.

Oportunidades

O que esses dados indicam é que o despertar do empreendedorismo no Brasil passa diretamente pela economia criativa. Meu palpite é que isso pode ser explicado, entre outros motivos, pela baixa barreira de entrada (são negócios que não exigem muito capital inicial, a não ser o intelectual).  Outra razão são as facilidades geradas pela tecnologia digital, que deu acesso à informação, ampliou mercados e facilitou o contato com os consumidores, seja para divulgar produtos e serviços oferecidos em locais físicos, seja para vender diretamente pela rede.

Além disso, os exemplos vindos dos EUA, com notícias de startups bem-sucedidas, é mais um incentivo. Isso inclui os primeiros passos para a formação de um ecossistema de investimento em startups no País, com maior aproximação com fundos nacionais e internacionais.

Paralelamente também há uma busca maior por formação, o que se explica pela expansão acelerada de cursos de graduação, pós e extensão ligados a essas atividades.

Tendência

Só para dar um exemplo prático do interesse dos jovens pela economia criativa, já começam a chegar ao Brasil os eventos que aliam digital, música, criatividade e negócios, a exemplo do badalado South by Southwest (SXSW). Realizado anualmente no Texas, esse é o principal evento de criatividade do mundo.

No Brasil, dois empreendedores – Fabio Seixas e Rafael Vettori - enveredaram por esse universo e criaram o Festival Path, que mescla música, filmes, gastronomia e debates, que terá uma nova edição no final de abril, em São Paulo.


A crise pode – e vai – diminuir a velocidade do desenvolvimento dos negócios nessas áreas, mas não deve ser fechar o caminho. Isso porque há diversos nichos com demandas não atendidas que podem ser aproveitados pelos empreendedores. Além disso, as pessoas não vão deixar de se vestir, comer, acessar à internet ou se divertir porque o País atravessa uma mau momento. Com criatividade e radares ligados, é possível seguir adiante.   

Por Clayton Melo Publicado originalmente em Istoé Dinheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem Vindo ao Blog Gyn Go Cities